31 julho 2006

Novos amigos


Recebemos em nossa casa, semana passada, a visita dos nossos novos amigos aqui em Sherbrooke.
Todos estamos começando uma vida nova... buscando oportunidades!
As crianças, como era de se esperar, curtiram muito conhecer novas amiguinhas: Bianca e Fernanda. Eles brincaram muito... ficaram muito felizes.
E nós, adoramos conversar, trocar idéias e experiências e ter a casa cheia de alegria e alto astral.

Obrigado Família Vicente



Família Vicente: Ricardo, Mônica, Arthur, Hector e Karen....
Nao temos como agradecer a ajuda que esta família nos ofereceu e tem nos oferecido.
Enquanto nos preparávamos para vir para o Canadá, ainda no Brasil, recebemos deles inúmeras dicas... Um dia o Ricardo disse ; " resolvemos adotar vocês..."
Quando aqui chegamos, eles nos abriram as portas de casa, nos receberam como da famìlia, nos colocaram no carro e andaram conosco. Com a ajuda deles, conseguimos fazer em uma semana o que levaríamos um mês para fazer, andando com crianças e sem conhecer a cidade.
Queremos registrar aqui a nossa gratidao, pois é fundamental, quando se começa a vida em outro pais, poder contar com a ajuda de quem jà enfrentou a mesma realidade. Tirar documentos, falar ao telefone, solicitar serviços, abrir conta em banco, alugar casa e até mesmo coisas simples como entrar em um supermercado, tudo isso seria muito mais dificil se nao tivéssemos podido contar com a presença destas pessoas que Deus colocou no nosso caminho!
Da nossa família, o nosso muito obrigado. Pedimos que Deus os proteja sempre!Que ampare seus filhos e suas vidas e que abençoe com saùde e sucesso todos os seus empreendimentos.

28 julho 2006

Fotos: parque Jacques Cartier






Fotos: o lugar onde moramos e as ruas por onde caminhamos





Fotos: primeiro passeio no parque






Fotos: saìda, no aeroporto e chegada






25 julho 2006

As crianças num mundo novo!

Nossos filhos sempre foram uma das principais razoes da nossa mudança.
O desejo de poder oferecer aos nossos maiores tesouros uma vida melhor, uma educaçao de maior qualidade e uma infância tranquila, podendo brincar em segurança e nao trancafiados dentro de casa, muito nos motivaram para esta nossa busca.
A partida deles foi também a razao da maior tristeza para os nossos familiares.
Costumamos dizer que se houvéssemos vindo somente eu e o César, o sofrimento dos nossos tios, pais e avós nao teria sido tao grande. Pedimos muito a Deus que acalente o coraçao de cada um deles e que possam entender que nossa vinda para o Canadá foi principalmente pelas crianças. Lá no Brasil, o futuro deles ficaria comprometido.

A criança, como sempre lemos anteriormente, acostuma-se rapidamente com a mudança. Eles estao curtindo muito, desde o vôo. Dizem nao terem ficado cansados com as 24 horas de viagem.
Aqui, já estao se sentindo em casa. Estao curtindo muito a possibilidade de sair para brincar na rua, andar de bicicleta e sair para fora sem a nossa vigilância. Podemos notar a diferença nas pequenas-grandes coisas e sao também as pequenas diferenças que nos fazem ter certeza de que fizemos o certo.
Estava curiosa com a reaçao deles ao contato com outra língua e foi muito bacana. Eles logo no início conheceram uma garotinha quebecois chamada Eugeny. Eles começaram a brincadeira em poucos instantes e tentavam fazer com que a menina os entendessem. Ficavam muito bravos porque a amiguinha nao os entendia e eles também nao a compreendiam. Mas isso foi por um breve momento, pois a diferença de linguagem nao impediu que brincassem. Logo estavam se abraçando e correndo.
Agora eles jà perceberam que aqui ninguém fala como nós e que precisam se comunicar e para
isso precisam aprender a falar Francês. A Bia, com 4 anos, logo jà arrumou uma linguagem própria fingindo estar falando francês. Ela enrola a lìngua, inventa palavras e tenta se fazer entender. Para todos que passam, ela logo diz as palavras que já aprendeu: Bonjour, comment ça va? Trés bien? Merci mes amies! É uma graça, precisava filmar!

O Victinho, com 6 anos, está um pouco mais envergonhado que ela, mas também já tenta falar alguma coisa. Ele olha pra gente, sorri e dá de ombros, como a dizer... o que eu falo? Bonjour e merci ele fala a vontade!
A falta de contato com mais crianças poderá atrasar um pouco o aprendizado deles. Aqui todos estao de férias até final de agosto.

Nossa menina já está matriculada numa garderie para começar a partir de 28 de agosto, os 5 dias da semana e durante o dia todo. Estamos com sorte, pois dizem que nao é tao fácil assim conseguir logo de inìcio os 5 dias. A diretora da garderie disse-nos que em 2 semanas ela estará falando algumas coisas... vamos aguardar.
Nosso garoto irà para uma classe de acolho, e no dia 14 de agosto teremos uma reuniao para acertarmos os detalhes. Após frequentar essa classe, onde aprenderá as primeiras palavras, conhecer um pouco da ­língua e poder se comunicar, ele irá para a escola do nosso bairro.
Estamos ansiosos e curiosos para ver como acontecerá todo o aprendizado a que estarao sujeitos.
Estamos todos muito felizes pois nossa adaptaçao tem sido muito boa. Estamos adorando acordar e dormir na nossa casa em terra nova e ter mil coisas para acertar e poder sentir que para as crianças será uma experiência muito enriquecedora e única.
Sabemos que eles sentem saudades sim, das pessoas que eles amam e que agora estao distantes. Podemos ouvir pelo skype: Vó, te amo! Tio, tia, te amo! Quando vocês vem pra cà!? Já tem lugar pra dormir... (o skype ajuda muito a aliviar a saudade, pois só nao tem o contato fìsico).
Mas, no futuro, eles poderao entender as razoes da nossa mudança e irao nos agradecer! Se Deus quiser!

18 julho 2006

Nossa nova vida começando

Estamos em Sherbrooke há 10 dias e podemos dizer com toda certeza que, até agora, nada foi mais difícil do que olhar pela janela do ônibus e ver os nossos amores com lágrimas nos olhos acenando as maos!
É doloroso, o coraçao aperta e pensamos... Deus, o que estamos fazendo? Que loucura é esta? Valerá a pena sofrer e fazer a quem amamos sofrer?
Creio que eles que ficaram sofreram ainda mais que nós, afinal tínhamos o atenuante da busca, da aprendizagem, da nova vida e de tudo o mais que estávamos buscando.
Seguimos nossa viagem até Sao Paulo, até Guarulhos.
Nossa nova vida estava começando. O que iríamos encontrar? Que caminhos teríamos que percorrer? Que dificuldades teríamos que enfrentar?
Para as dúvidas, somente o tempo poderia dar as respostas. E teríamos que ter a paciência para aguardá-las. Nos propomos a isso!
Para nós, tudo foi novidade... nunca havíamos feito uma viagem internacional e a primeira delas foi assim, pra valer!
Nossos primos foram nos ver no aeroporto, o que nos deixou muito felizes.
Fizemos o check in, nossa bagagem seguiu pela esteria e jà estavamos prontos para a embarcar.
O vôo foi muito tranquilo e, como primeira experiência num aviao daquele tamanho, nao poderia ter sido melhor. As crianças curtiram muito e quando o aviao acelerou para levantar vôo, novamente o coraçao ficou apertado.... e pensamos.... agora é pra valer!
Apos 10.5 horas de vôo desembarcamos em Toronto. Tudo muito lindo, limpo e organizado. Seguimos as pessoas e fomos parar no lugar certo. Demos entrada no país e foi tudo muito bem.
Embarcamos entao para Montreal onde teríamos um amigo nos esperando... um amigo nao, um irmao que Deus colocou no nosso caminho para aliviar as tensoes e angústias dos primeiros dias!

Seguimos viagem até aqui, Sherbrooke, onde já estamos no nosso cantinho, no nosso apartamento, começando a viver num mundo diferente, onde as pessoas falam línguas diferentes. Daqui, tudo o que sabìamos pudemos aprender através da internet! Será que fizemos uma boa escolha?


O desafio nos alimenta e encoraja a seguir adiante e assim foi nossa primeira semana: buscando, andando, aprendendo e tomando as primeiras providências para começarmos a nossa vida por aqui.
Até agora deu tudo certo, conhecemos um pouco da cidade... só um pouco, pois tem muita coisa pra gente conhecer, muitos lugares para ir e passear, muitas lojas para ver, muitos parques para curtir....!
É verao aqui nesta época do ano, chegamos na época certa. As pessoas aqui saem das suas casas e vao aos parques, aproveitam para jogar golf (moramos perto do campo de golf da cidade), caminham, dançam no parque, nadam nas piscinas públicas que existem em alguns parques da cidade e muito verde, muito mesmo... Os moradores curtem cada minuto do sol que é tao quente como no Brasil. Durante a noite refresca e fica muito gostoso.
As crianças puderam brincar muito em alguns desses parques que já conhecemos. Cada um já tem sua bicicleta e andam muito pelas ruas tranquilas da regiao onde moramos.




As casas nao possuem muros, grades ou cercas elétricas... Poxa, sempre quis conhecer um lugar assim e é muito bonito, como eu imaginava.
Ainda temos muito a descobrir, aprender e aproveitar. Há muitos lugares bonitos que ainda nao conhecemos.
Estamos começando tudo por aqui... tudo é novidade para nós e estamos aprendendo muito com tudo isso. Estamos começando cada dia com muitos desafios para enfrentar e muito para descobrir e aprender e isso é muito gostoso: sentir que a vida está em movimento.

Estamos ainda de férias, mas sabemos que teremos muito trabalho pela frente. Temos uma nova língua para aprender! O César tem um doutorado para cursar. As crianças terao um novo ritmo de vida, um mundo novo para desbravar, farao novos amigos e o que sempre desejamos: poderao ter uma vida com qualidade e viver experiências valiosas.

Continuamos a pedir a Deus nosso Pai que do alto possa nos abençoar em cada novo dia. Que esteja à nossa frente mostrando o caminho que devemos seguir. Que esteja a caminhar ao nosso lado nos dando segurança e na nossa retaguarda protegendo e sustentando as nossas vidas.

As respostas para todas as perguntas que nos fizemos desde quando deixamos tudo no Brasil para viver esta nova vida teremos com o tempo. Mas de uma coisa podemos ter certeza: se estamos aqui é porque aqui é o nosso lugar.... se nao fosse, nao teria dado certo! E como diz o César... "se depender destes 15 dias, é por aqui mesmo que iremos ficar"

02 julho 2006

O Grande Dia!!! Recebemos nosso VISTO!

Na verdade não foi hoje o Grande Dia, mas esta semana ele chegou! Recebemos nossos Passaportes, com o visto de IMMIGRANT!
É uma grande alegria esperarmos e batalharmos por praticamente 1 ano e meio e receber o prêmio. Foram dias e dias de estudos, de pesquisa, de leitura, de busca de informações e de espera. Foram dias de angústia, de ansiedade, de medo,de insegurança. Foram dias também de esperança, de alegria e realizações... Foram meses de preparação e agora esta estapa está finalizada.
Esta semana uma amigo comparou esta estapa ao vestibular. Quando prestamos um exame de vestibular, aguardamos ansiosamente pelo resultado.
Acabou? Sabemos que não. Na verdade, sabemos que está apenas começando, assim como na Universidade... precisaremos vencer cada prova, cada dificuldade, cada dúvida... Precisaremos buscar socorro com os mais experientes e estudar muito para alcançar o diploma.
Sabemos que vamos iniciar uma nova vida e que somente receberemos o "diploma" após vencer as dificuldades naturais desta grande mudança.
Nossa esperança e nossa Fé em Deus são as alavancas que nos lançam nesta aventura, que nos dão força e coragem para enfrentar os obstáculos. A vontade de alcançar nossos objetivos e realizar nossos sonhos nos levam adiante, nos fazem buscar novas oportunidades e nos colocam no nosso caminho. E vamos continuar caminhando e buscando.... isto é a vida.
E, a partir da próxima semana, mudaremos os passos em outra cidade, em outro país.

Nós estamos deixando o Brasil. Chegou a hora de colocar à prova nossa determinação de enfrentar novos desafios. Vamos vencer? Não sabemos. O que podemos afirmar categoricamente, é que vamos tentar, que vamos lutar bravamente.
Agora olhamos pra tudo, para as ruas, lugares, pessoas e percebemos que vamos deixar uma etapa de nossas vidas. Mesmo sem querer, vamos fazendo um balanço emocional e mental. Lá no intimo, nós sentimos que chegou a hora.
O mais difícil é perceber a dor e a tristeza no coração daqueles que nos amam. É preciso paciência, pois muitos não entendem de pronto o que está havendo. Ficam meio perdidos. C´est la vie!

Nós somos netos e bisnetos de imigrantes. Fico pensando quando deixaram a Itália, Portugal, ...sem internet, telefone, Skype, etc. Apesar de tudo, hoje a distância é menor.
Quando eles vieram ao Brasil, mudaram o destino de todos nós. Como disse o nosso amigo Ricardo, esse é um momento histórico, pois estamos mudando o destino de todos aqueles que virão depois de nós, e lógico, mudando o nosso próprio destino.

Nós optamos por viver a segunda metade de nossas vidas no Canadá. Nossos filhos viverão praticamente a totalidade de suas vidas neste novo mundo.
A única certeza, é que não dá mais pra ficar aqui. E se não há garantias, não têm problema. Queremos ter, quando chegarmos aos sessenta anos de idade, a tranqüilidade de havermos tentado. O resto é com Deus. Nossa parte será feita com dedicação, empenho e vontade de vencer.